quarta-feira, 18 de julho de 2012

PROVAS E EXPIAÇÕES

     "Entrai pela porta estreita", convida-nos Jesus, "porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem". Jesus - Mt. 7:13/14.
I. PROVAS
Provas, em linguagem espírita, são situações que nos servem de aprendizado ou testam nossa capacidade.
A Providência Divina nos faz passar por provas porque são necessárias ao nosso progresso intelecto-moral.
Sem as provas, não atingiríamos o pleno desenvolvimento de nossas potencialidades nem teríamos merecimento para usufruirmos os benefícios da perfeição alcançada.
A vida corpórea nos enseja certo tipo de provas indispensáveis ao nosso progresso espiritual.
As provas pelas quais teremos de passar numa existência terrena costumam ser definidas antes da encarnação, quando ainda estamos na erraticidade.
Uma boa escolha das provas é muito importante para que possamos ser bem sucedidos e tenhamos o maior progresso possível na nova encarnação.

a) O direito de escolha.
Se tivermos condições evolutivas para tanto, nós mesmos poderemos escolher o gênero de provas pelas quais haveremos de passar.
Escolhemos, apenas, o gênero das provações e não as coisas todas e mínimas de nossa vida terrena. As particularidades correrão por conta da posição em que nos acharmos e de como as formos enfrentando.
Exemplo: escolhendo nascer entre malfeitores, o Espírito sabe a que arrastamentos se vai expor e quer, justamente, superar essas dificuldades. Ignora, porém, que atos virá a praticar, pois vão depender do exercício do seu livre-arbítrio, quando encarnado.
Somente são previstos os fatos principais, os que devem concorrer para o destino que Deus nos deu: o de evoluirmos para a perfeição. Os acontecimentos secundários se originarão das circunstâncias.
Se Deus nos permite a escolha de uma prova é que temos possibilidades de nela triunfar. Deixando-nos a liberdade de escolha, Deus nos deixa, obviamente, a inteira responsabilidade pelos nossos atos e as conseqüências que eles tiverem.
Os bons Espíritos podem nos ajudar a examinarmos as possibilidades, a fim de que tenhamos chance de acertar mais na escolha das provas, mas não decidem por nós.

b) Quando ainda não sabemos escolher.
O espírito que ainda não tem experiência suficiente, não pode escolher com conhecimento de causa as provas pelas quais passará numa nova existência, nem ser responsável por essa escolha.
Deus, então, lhe supre a inexperiência, através dos Espíritos Superiores, que lhe traçam o caminho que ele deve seguir, como fazemos com a criança.
Mas será sempre responsável pelo que fizer, pelo que causar, quando enfrentar essas provas.
À medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve, Deus deixa-o senhor de proceder à escolha. É então que lhe pode acontecer extraviar-se, tomando o mau caminho, por desatender aos conselhos dos bons Espíritos. A isso é que se pode chamar a "queda" do homem, "queda" que acarreta para o espírito maiores males e sofrimentos, até que ele volte a se reabilitar ante as leis divinas.

II. EXPIAÇÕES
Para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências são necessários: o arrependimento, a expiação e a reparação.
a) Arrependimento.
Por si só não basta para a reabilitação, mas é o primeiro passo. Suaviza as angústias da expiação e, aliado à esperança, abre o caminho para que o espírito se recupere.
Pode se dar aqui ou no plano espiritual e em qualquer tempo. Se demora a se arrepender, o culpado sofre por mais tempo.

b) Expiação.
Consiste nos sofrimentos físicos e morais conseqüentes à falta, seja na vida atual ou na espiritual, após a morte ou, ainda, em nova existência corporal.
Varia segundo a natureza e gravidade da falta. A mesma falta pode acarretar expiações diversas, conforme as circunstâncias atenuantes ou agravantes, em que for cometida. Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração da expiação. A única lei geral é que toda falta terá punição, e terá recompensa todo ato meritório, segundo o seu valor.
Deus também não apressa a expiação. Mas se o espírito não se mostra apto a compreender o que lhe seria mais útil, Deus pode lhe impor uma existência que vai servir para a sua purificação e progresso.
A expiação termina quando os últimos vestígios da falta desaparecerem.

c) Reparação.
Consiste em:
1) Fazer àqueles a quem se prejudicou, tanto bem quanto mal se lhes tenha feito;
2) Realizar o que deveria ter sido feito e foi descurado. Ex.: cumprir deveres desprezados, missões não preenchidas.
A reparação, enfim, é praticar o bem em compensação ao mal praticado.
Tornar-se humilde se se tem sido orgulhoso, amável se se foi severo, caridoso se se tem sido egoísta, benigno se se tem sido perverso, laborioso, se se tem sido ocioso, útil se se tem sido inútil, frugal se se tem sido intemperante.
Quem não repara seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade, terá de fazê-lo numa próxima reencarnação.

III. ENFRENTANDO O DESTINO
O único destino fatal que Deus criou para todos os Espíritos é o de se aperfeiçoarem incessantemente, usufruindo cada vez mais felicidades.
Porém, ao longo das existências, cada qual construiu para si mesmo situações, necessidades e deveres particulares. Esse é o seu destino pessoal.
Precisamos enfrentar corajosamente o destino que criamos.
Tendo escolhido ou não as nossas provas, lancemo-nos à boa luta da evolução em que o espírito ordena e o corpo obedece, evitando ou suportando o mal e construindo o bem.
Ante as expiações, soframos com paciência e resignação, empenhando-nos em fazer todo o bem possível, para compensar o mal anteriormente praticado.
Assim, transformaremos o próprio destino para melhor.
Livro consultado: Iniciação aio Espiritismo - Therezinha Oliveira
Sub-fontes:
De Allan Kardec:
- "O Céu e o Inferno", 1ª parte, cap. VII, Código Penal da Vida Futura, itens 16 e 17;
- "O Livro dos Espíritos", 2ª parte, cap. VI, Da Vida Espírita.
De Emmanuel:
- "Emmanuel", psicografia de Francisco C. Xavier, FEB, cap. XXXII, Dos Destinos

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