segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A batata


A batata
         Augusta estava muito chateada porque Lívia havia perdido um DVD que levou emprestado. Embora a menina já tivesse pedido desculpas, Augusta não queria brincar com ela. E, para completar, disse que não perdoava e que não queria mais falar no assunto.
         A mãe de Augusta, Dona Luísa, não entendia como uma amizade tão antiga e tão bonita poderia acabar, de repente e por um motivo qualquer. Sugeriu então:
         - Vamos fazer o seguinte: enquanto você estiver magoada com sua amiga, você vai carregar esta batata pra todo lado. Ela será sua nova amiga.
         Augusta concordou, contando que não precisasse desculpar Lívia, pois achava que assim daria uma boa lição na garota. Passou então a carregar a batata pela casa. Quando foi tomar banho, lavou a batata, colocou perfume e até desenhou uma carinha na nova amiga.
         No outro dia, antes de ir para a Escola, a mãe perguntou:
         - Vai falar hoje com sua amiga Lívia?
         - Nem pensar... – respondeu Augusta.
         - Então leve a batata para a Escola. – disse firmemente a mãe.
         Augusta achou estranho, mas no meio da mochila, ninguém ia perceber. Durante o intervalo, lembrou que Lívia era uma amiga muito legal. Teve vontade de desculpá-la, mas era orgulhosa: achava que estava certa e que a amiga devia sofrer.
         No dia seguinte a mãe argumentou que alimentar sentimentos ruins prejudicava somente a quem sentia. Mas nada fazia Augusta mudar de idéia. E, conforme o combinado, enquanto não perdoasse a amiga, carregaria a batatinha.
         - Por mim tudo bem – resmungou a menina cheia de mágoa.
         Porém, no terceiro dia, a batatinha começou a ter um cheiro esquisito. Perguntaram o que havia na mochila. Augusta desconversou.
         - Não dá mais! A batata está cheirando mal! – disse aflita ao chegar em casa.
         - Mas foi você quem escolheu carregar mágoa – disse Dona Luísa.
         - E o que isso tem a ver com a batata? – quis logo saber.
         Então, calmamente, a mãe explicou que a batatinha simbolizava a mágoa que ela sentia pela amiga. E que os sentimentos ruins não faziam mal à Lívia, mas sim à filha, que estava emitindo energias negativas, semelhante à batatinha que cheirava mal.
         - Quando apenas dizemos que perdoamos, mas não esquecemos o que nos magoou, é como guardar a batatinha no guarda-roupa... Ficamos guardamos algo que só nos fará mal. Já pensou depois de um mês?
         - Nem quero imaginar. Augusta finalmente compreendeu que ódio e mágoa são sentimentos que prejudicam somente a quem os sente.
         Depois dessa conversa, Augusta perdoou Lívia e esqueceu completamente o que aconteceu.
         Ainda hoje, quando pensa em não perdoar ou guardar mágoa de alguém, lembra logo do cheiro ruim da batata que carregou, e trata logo de perdoar a pessoa e esquecer o fato.
História baseada em mensagem sem autoria, recebida pela Internet
Claudia Schmidt

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