domingo, 29 de maio de 2016

Reencarnação e Família – Martins Peralva.

Ninguém verá o Reino de Deus se não nascer de novo
Um dos argumentos mais comuns aos opositores do Espiritismo é o de que a Reencarnação, sua lei básica, destrói os laços de família.
Tal argumento, como tantos outros que a ignorância e a má fé suscitaram, visando a obstar a marcha triunfante e galharda da Terceira Revelação, não  resiste ao mais simples raciocínio.
Não suporta o mais leve exame da lógica e do bom Senso. É por meio da Reencarnação  —  e graças exclusivamente a ela —  que os laços da fraternidade se ampliam e se fortalecem, notadamente nos círculos da consangüinidade.
Sem as noções da palingenesia, reduzida seria a nossa família espiritual, porque, em princípio, também reduzida seria a nossa família corporal.
Pela Reencarnação, prolongam­se as afeições além da vida física.
Continuam, os laços e vínculos espirituais, noutros mundos e noutras existências.
Por seu intermédio, estabelecem-se ligações eternas entre corações que se reencontram, inúmeras vezes, na paisagem do mundo, renovando experiências de aprimoramento.
Impossível se nos afigura considerar a Reencarnação por doutrina prejudicial aos laços de família.
Somente podemos entendê-la como afirmação de solidariedade entre os seres, a refletir, assim, em toda a sua plenitude, a Bondade Celeste.
Somente podemos entendê-la por elemento divino de reunião de almas, no mesmo grupo ou  ambiente, povo ou  nacionalidade, para consolidação de afetos iniciados, noutros grupos e noutros povos, em tempos que se foram. Existe, ainda, outro aspecto que igualmente revela a excelsitude, a benemerência da Reencarnação: se, por ela, amigos se reaproximam no  mesmo lar, também no mesmo lar  adversários se reencontram para a definitiva extinção de ódios que se perdem nas brumas do  pretérito.
Não fora a Reencarnação — faltar-nos-iam oportunidades de reconciliação com aqueles a quem ofendemos ou ferimos, ou que nos ofenderam ou feriram.
Logo, benéficos são os efeitos, as consequências da Reencarnação.
Como poderíamos, igualmente, restabelecer o contacto com almas que semearam espinhos em nosso caminho e com almas que tiveram em seu caminho pedras colocadas por nós?
Como poderíamos voltar ao cenário terrestre a fim de, ao lado de companheiros de outras jornadas, concluir programas individuais ou coletivos apenas esboçados ou simplesmente iniciados?
Como nos reabilitarmos perante almas que, situadas em nossa estrada evolutiva, na condição de filhos e esposas, parentes e amigos, tiveram suas vidas e seus destinos complicados pela nossa desatenção aos preceitos do Evangelho?
Como vemos, ao invés de destruir os laços de família, os liames da consanguinidade, a Reencarnação os fortalece e consolida.
Assegura-lhes a perpetuidade na Terra e noutros mundos. Se o Divino Mestre exaltou-a várias ocasiões, inclusive com o “ninguém verá o Reino de Deus se não nascer de novo”, a Doutrina Espírita glorificou-a na síntese admirável que a bandeira do nosso movimento filosófico ostenta, galhardamente: “Nascer, viver, morrer, renascer ainda, progredir continuamente, tal é a Lei.”
Jesus e Kardec plenamente identificados na lei magnânima. A Reencarnação nega o Egoísmo, pois afirma, de maneira eloquente, a solidariedade entre os seres.
Divulgá-la, torná-la conhecida, é acender  no coração da Humanidade a lâmpada da Esperança.
Ela dissolve o preconceito, em qualquer de suas manifestações. A Reencarnação é bálsamo, também, para o sofrimento.
É chave que abre a porta para a compreensão dos mais complexos problemas humanos.
É luz que clareia a noite de nossos sofrimentos e de nossos anseios para a Vida Mais Alta.
A Reencarnação, em síntese, é Amor...
Livro: Estudando o Evangelho.
          Martins Peralva.

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