segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Colombina – Júlia Cortines

Mascarada mulher o rabecão trouxera.
Morrera em pleno baile a frágil Colombina
E, no egrégio salão de culto à Medicina,
O professor leciona, em voz veemente e austera:

- “Rapazes, contemplai! É rameira e menina.
Tombou ébria no vicio e com certeza era
 Devassa meretriz, mistura de anjo e fera,
 Flor de lama e prazer, Vênus e Messalina”.

 Em seguida, a cortar, rompe a seda sem custo,
 Desnuda-lhe, solene, a alva pele do busto,
 Afasta, indiferente, as flores de rendilha...

 No entanto, ao descobrir-lhe a face triste e bela,
 O mestre cambaleia e chora junto dela...
 Encontrara na morta a sua própria filha.

Livro: Luz no Lar.
Espíritos Diversos / Chico Xavier.

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