quinta-feira, 30 de abril de 2015

O POÇO E A ROSEIRA - Antônio Félix


O poço retratava a roseira tristonha
E pensava consigo: “Ah! terríveis chavelhas!
Espinheiro infernal, quanta maldade espelhas!...
Laminas e punhais infortúnios e vergonha...”

A roseira, porém, como quem serve e sonha,
Expandiu-se e lançou-se lindas jóias vermelhas,
Astro verde a luzir em formosas centelhas,
E o poço, a condenar, fez-se charco e peçonha!...

A cisterna infeliz, no desvão da chapada,
Apodreceu, por fim, preguiçosa e estagnada,
Mas a planta floriu ao sol do Grande Todo.

Alma, edifica e segue, abençoa e auxilia...
Mal que procura o bem se faz bem, dia-a-dia,
Mal que fica no mal se faz tóxico e lodo.

Livro: Poetas Redivivos
Diversos Espíritos – Chico Xavier.

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