quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

APÓS A MORTE – Miramez.

0547/LE
Após a morte, muitos dos Espíritos que sucumbiram na guerra continuam em lutas e conservam a inimizade por longo tempo. Outros, depois que se conscientizam da sua situação, começam a sentir a realidade, vendo que tudo não passa de ignorância, e se reposicionam intimamente orando a Deus na sua linguagem, pedindo proteção e esclarecimento.
A diversidade é enorme, dentre todos os que sofrem nas guerras, encarnados e desencarnados. Os próprios comandantes do "front" fratricida não têm consciência plena do que ocorre; entretanto, nas horas de silêncio, uma voz interna que todos conhecem os acusa, e surge no seu mundo interno a inquietação espiritual. Esses, nunca mais voltam a guerrear como antes. O fanatismo pela pátria, o amor por porções territoriais são substituídos pelo amor verdadeiro, a que chamamos universal. Qual a diferença entre a criatura de um país para outro?
Vejamos o comércio, que tem um alto sentido entre as nações: além das trocas necessárias, começa a germinar, através dele, a semente da fraternidade entre os homens. Ninguém pode viver separado dos outros. Analisa as coisas, e bem assim estas próprias letras: se mantiveres a animosidade em relação ao teu próximo, não tem sentido a mensagem que estruturamos para a paz das criaturas.
Precisamos de harmonia para viver melhor, e não de guerras, que até hoje somente insuflam discórdia e violência. Se o Espírito desencarna com ódio, no mundo dos Espíritos continua odiando. A alma afeita ao roubo, continua roubando na dimensão que lhe é própria. Assim por diante, vivemos onde se encontram fixados os nossos pensamentos. Ao indivíduo que alimenta paixões inferiores, a morte não irá mudar o conceito de vida. Ele, mesmo desencarnado, continua inspirando aos que sintonizam com ele os desregramentos brutalizados.
Após a morte, és o mesmo homem que foste durante a vida na Terra. Não existe o chamado passe de mágica para transformar trevas em luz de uma hora para outra. Somente o tempo, pelas bênçãos de Deus, consegue, na marcha determinada pelo Criador, mudar, no silêncio da vida, a mentira para a verdade, o ódio para o amor, a guerra para a paz, a inimizade para a amizade. As mudanças bruscas não são sementes de harmonia. A nossa vida pode ser um poema de luz ou de trevas, um gorjeio de vida ou de morte, dependendo dos caminhos que pretendemos seguir.
Se queres mudar de vida, tornando-te um sol verdadeiro, não deves esquecer Jesus em todos os teus avanços. Ele, o Mestre dos mestres, é a nossa direção, é o Pastor inconfundível das nossas vidas. Após a morte, continuarás a ser o que és, e nada mais. Se assim acontece, vamos começar a burilar nossas idéias na Terra, não deixando para amanhã o que podemos fazer hoje.
Ao terminar uma batalha, o Espírito nunca se encontra calmo, mas os mais esclarecidos, com pouco tempo se refazem, arrependendo-se e pedindo a Deus que os encaminhe para os  roteiros certos. A sua disposição interna vale muito, e logo a assistência surge, pelos companheiros mais velhos de jornada evolutiva, que já despertaram muito antes.
A ajuda nunca falta ao necessitado, pois na escala do Criador, todos são iguais. Deus é amor.
Livro: Filosofia Espírita – Volume XI
Miramez / João Nunes Maia.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
547. Após a morte, os Espíritos, que como vivos se guerreavam, continuam a considerar-se inimigos e se conservam encarniçados uns contra os outros?
Nessas ocasiões, o Espírito nunca está calmo. Pode acontecer que nos primeiros instantes depois da morte ainda odeie o seu inimigo e mesmo o persiga. Quando, porém, se lhe restabelece a serenidade nas idéias, vê que nenhum fundamento há mais para sua animosidade. Contudo, não é impossível que dela guarde vestígios mais ou menos fortes, conforme o seu caráter.
547a)  Continua a ouvir o rumor da batalha?
Perfeitamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário