sábado, 28 de fevereiro de 2015

A RIQUEZA – Miramez.

0533/LE
De certo modo, a riqueza leva o homem aos perigos morais e aos de todas as ordens. O dinheiro, quando aliado ao orgulho e ao egoísmo, se compara a desastres nos caminhos das criaturas. Por vezes, pedes aos Espíritos a fortuna, e eventualmente te poderá ser isso concedido. Deus pode permiti-lo como lição, uma prova, como um fardo que pesa bastante nos ombros.
Entre os Espíritos que servem de instrumento para canalizar essa riqueza, quase sempre estão os teus inimigos, por desejarem o teu mal, na seqüência da tua vida. São favores perigosos, e não devem faltar ao agraciado a oração e a vigilância. O outro, em si, não faz mal nem bem, mas, a falta de educação moral nas criaturas é que o emprega para finalidades escusas.
Se ganhaste alguma fortuna de repente, tem cuidado na sua aplicação: ela poderá ser motivo de glória para a tua vida. Mas, por motivo de desespero, não deves pedir aos Espíritos riquezas; trabalha, que se Deus achar conveniente, te proverá, sem agressão às forças superiores. Deixa que o Senhor faça a Sua vontade, e não a tua, visto que, de certo modo, o homem não sabe o que pedir.
Se Deus concede à pessoa a riqueza, quase sempre é por provação; no entanto, já se encontram no mundo muitos ricos que entrarão no reino do céu, que conhecem e sabem empregar seus bens materiais, como ajuda para conhecer a verdade. O dinheiro em demasia pode te levar aos desregramentos sociais, ao abuso da comida e da bebida.
É bom que anotemos a fala de Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios, conforme capítulo dez, versículo trinta e um: Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
O tudo para a glória de Deus a que Paulo se refere, é usar o que se deve usar com parcimônia.
Não deves esquecer o equilíbrio na alimentação e, se for o caso, na bebida, porque o homem correto deve fazer tudo para a glória de Deus, sem sair da moral evangélica, de modo que a conduta de Cristo opere em seu coração. Quem passar pelo crivo da riqueza, e não for influenciado pelas paixões inferiores e pelos desequilíbrios sociais, está preparado para usar o dinheiro de maneira honesta, onde o amor pode vibrar na sua pureza e avançar nos caminhos da caridade.
Mas, se Deus te conservar na pobreza dos bens materiais, não te revoltes, por não passar isso de uma prova, te preparando para uma vida melhor. Confia e espera, trabalhando como se estivesse na fartura de tudo. Do modo que pensas, assim vives. Não deixes o fermento do mal crescer em teu coração. Ele atrai Espíritos da mesma natureza, a te inspirarem coisas inúteis para a tua paz de consciência.
Se porventura pediste aos Espíritos a fortuna fácil, e essa não chegou para ti, dá graças a Deus, pois estás sendo protegido pelos teus guias espirituais. Dentro das facilidades se enroscam serpentes perigosas. Contenta-te com o que tens, que os Céus sabem o que convém te ofertar.
Livro: Filosofia Espírita – Volume XI
João Nunes Maia – Miramez
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
533. Podem os Espíritos fazer que obtenham riquezas os que lhes pedem que assim aconteça?
Algumas vezes, como prova. Quase sempre, porém, recusam, como se recusa à criança a satisfação de um pedido inconsiderado.
533a) - São os bons ou os maus Espíritos que concedem esses favores?
Uns e outros. Depende da intenção. As mais das vezes, entretanto, os que concedem são os Espíritos que vos querem arrastar para o mal e que encontram meio fácil de o conseguirem, facilitando-vos os gozos que a riqueza proporciona.

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