quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Jesus e Deus 1 – Martins Peralva.

Meu Pai e eu somos um
Aqueles que afirmam, ou, pelo menos, creem que Jesus e Deus são a mesma entidade, louvam­se, sem dúvida, nas seguintes palavras do Mestre: — “Meu Pai e eu Somos um”.
Baseando­nos, contudo, nessas palavras para cultivarmos a crença de que Jesus é o próprio Deus, seremos, forçosa e inevitavelmente, compelidos a também igualar o Mestre aos discípulos, o Cristo aos apóstolos, pois no Evangelho de João (capítulo 14º, versículo 20)  está escrito: “. . estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós”.
Não há outra alternativa.
Não há diferença entre as duas frases: “Meu Pai está em mim e eu n’Ele”, com que se refere Jesus a Deus, e a outra: “Vós (estais) em mim e eu em vós”, com que o mesmo Jesus se reporta aos discípulos.
De fato Jesus sempre esteve com Deus.
E Deus, por sua vez, sempre esteve com Jesus. A vontade de um sempre foi a do outro.
São um pelo pensamento — uma vez que tudo quanto o Cristo realizava e realiza ainda é sob a inspiração direta de Deus.
A Alma puríssima de Jesus é o cristalino espelho onde a vontade do Senhor dos Mundos se reflete soberana e misericordiosa.
Deus é o Pai, Jesus é o Filho.
Deus é o Soberano Universal, Causa Primária de Todas as Coisas, Inteligência Suprema do Universo, como O define o Espiritismo. Jesus é o Seu Embaixador na Terra.
Deus criou o Universo, que é a soma, a reunião, o conjunto de todos os mundos, galáxias, constelações, sistemas planetários.
Jesus, Seu Enviado, presidiu a formação do orbe terrestre, daí ter afirmado:
—  “Sou  o princípio de todas as coisas, eu que vos falo.” E nós acrescentamos, em nome das luzes da Doutrina Espírita: de todas as coisas terrestres.
Diz Emmanuel que o Cristo organizou o cenário da vida, criando, sob as vistas de Deus, o  indispensável à existência dos seres do porvir.
* * * 
Em todas as suas referências, Jesus sempre esclarece que não é Deus. Que não é Onipotente. Que a Sua vontade está condicionada à do Pai.
Em comovedora, constante e sublime demonstração de obediência e compreensão filiais, põe sempre acima do Seu o Poder de Deus.
Embaixador Celeste, nada fez em discordância com a vontade do Pai, que O enviou, em missão apostolar, ao globo terrestre.
A Sabedoria e o Amor do  Pai, que O fez descer das infinitas regiões de luz para as sombras do mundo, estiveram sempre com o Filho.
Nos pensamentos, nas palavras, nas atitudes. Eram e são, por conseguinte, um pelo pensamento, um pelo coração, um pela inteligência.
Tanto quanto os discípulos, tocados pelo ideal evangélico  —  de que era Jesus a personificação na Terra — eram também um com o Mestre.
Os discípulos estavam com Jesus, quanto Jesus estava com os discípulos. Nada mais claro. Nem mais lógico. Nem mais simples. Quando um Embaixador, um Ministro, um Cônsul, afinal, segue invariavelmente a orientação do governo que representa, embora representante e governo sejam pessoas distintas, são  um pelo pensamento, porque um executa fielmente a vontade do outro.
Não houve até hoje, na Terra, quem representasse com tamanha fidelidade o pensamento do seu representado, como Jesus o fez com relação a Deus. Basta meditar sobre isto: Deus é Amor, Jesus é Amor.
Deus governa o Universo, de que a Terra é minúsculo departamento. Jesus é o  Mandatário do Pai neste mundo. Mas são um pelo pensamento.
Livro: Estudando O Evangelho.
Martins Peralva.

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