quinta-feira, 2 de outubro de 2014

OBJETIVO DA CRIAÇÃO DE IDIOTAS - Miramez

0372/LE
O objetivo visado pelas leis de Deus ao colocarem um Espírito em um corpo de cretino ou um idiota, é a educação da alma, somente educação. Reparando as faltas do passado, o Espírito se educa no tempo, compreendendo que não compensa fazer mal a outrem.
A matéria não influencia o Espírito para que este possa errar; ela não pensa nem fala. O campo material é obediente à alma que o comanda em todos os rumos. O idiota, tanto quanto o cretino, se encontra desarmonizado na sua estrutura mais íntima, e com isso o complexo físico toma as formas das suas violências. O que o Espírito faz, ou deseja para os outros, age como que uma prece, pedindo as forças superiores que seja feito com ele mesmo. É, pois, a lei de justiça em plena ação no mundo de quem pensa erradamente.
Nada é feito por acaso, nem os pequenos acontecimentos da vida; tudo tem uma razão de ser, fundamentada em Deus. O Espírito que habita corpos desmantelados sofre uma punição, instituída por ele mesmo, por seus malfeitos do passado, corrigenda essa que o levara à meditação, deixando de usar no futuro seus dons para fazer o mal.
Quando deparamos com alguém sofrendo no corpo essa corrigenda da lei, não esmoreçamos nem nos entristeçamos, pois, em se falando de Deus, ninguém sofre sem merecer. Não soframos por ele, nem nos desmanchemos na piedade que não traz entendimento algum, porém, façamos alguma coisa para amenizar seu constrangimento, no alívio das suas dores.
Mesmo Jesus, na subida do Calvário, aceitou a ajuda do Cirineu. È o que devemos fazer quando encontrarmos um sofredor carregando uma cruz.
Os órgãos têm certa influência sobre as faculdades do Espírito, no entanto, os dons espirituais não decrescem com o impedimento da matéria. Esses dons pertencem ao Espírito, e o Espírito não regride, sempre avança; quando se encontra um Espírito fora do corpo com idiotia, não foi a matéria que lhe entorpeceu as faculdades espirituais; é, por vezes, reflexo dos seus erros no corpo espiritual. É como uma doença psicológica. O comando é da alma, no bem ou no mal.
Muitos corpos que servem ao Espírito são danificados com a conduta do mesmo. No entanto, o Espírito em si é puro, carregando em seu coração espiritual todas as qualidades com as quais Deus achou conveniente dotá-lo. Para que se processe a limpeza, a pureza de todos os corpos, necessário se faz que transformemos os nossos sentimentos. O Cristo é o padrão que todos devemos seguir, para que não erremos os caminhos. A felicidade nos espera cheia de esperança, ao andarmos com Jesus no coração. O maior prêmio dos que trabalham dentro de si para melhorar, daqueles que fazem a caridade em todas as suas diversificações, dos que encontram no amor a sua própria razão de ser é a tranqüilidade imperturbável da consciência. Para tanto, devemos sentir e passar a viver os ensinamentos de Jesus Cristo. O impedimento da matéria, e as próprias leis humanas fogem de julgar um idiota nos casos de um crime.
Sempre a lei manda-o para o tratamento necessário. A Doutrina dos Espíritos, como sendo Jesus renovando e crescendo nos corações, oferece meios para que, no amanhã, venhamos renascer de novo em corpos que ofereçam meios mais livres para a filtragem de todas as nossas faculdades espirituais.
Devemos aceitar desde agora as coisas mais convenientes, colocando, pelo coração, o Mestre ao nosso lado a nos dizer a verdade, pois essa verdade tem o poder de desabafar os nossos dons e educá-los para o serviço da luz.
Livro: Filosofia Espírita – Volume VIII
Miramez / João Nunes Maia.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
372. Que objetivo visa a providência criando seres desgraçados, como os cretinos e os idiotas?
Os que habitam corpos de idiotas são Espíritos sujeitos a uma punição. Sofrem por efeito do constrangimento que experimentam e da impossibilidade em que estão de se manifestarem mediante órgãos não desenvolvidos ou desmantelados.
372.a) Não há, pois, fundamento para dizer-se que os órgãos nada influem sobre as faculdades?
Nunca dissemos que os órgãos não têm influência. Têm-na muito grande sobre a manifestação das faculdades, mas não são eles a origem destas. Aqui está a diferença. Um músico excelente, com um instrumento defeituoso, não dará a ouvir boa música, o que não fará que deixe de ser bom músico.
A.K.: Importa se distinga o estado normal do estado patológico. No primeiro, o moral vence os obstáculos que a matéria lhe opõe. Há, porém, casos em que a matéria oferece tal resistência que as manifestações anímicas ficam obstadas ou desnaturadas, como nos de idiotismo e de loucura. São casos patológicos e, não gozando nesse estado a alma de toda a sua liberdade, a própria lei humana a isenta da responsabilidade de seus atos.

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