sábado, 12 de julho de 2014

Os Companheiros de Trabalho – Miramez.

Os companheiros de trabalho representam nossas mãos em atividade, ajudando-nos a servir com mais eficiência e a amar em maior escala. Se nada podemos fazer sozinhos, quem nos ajuda a fazer algo é parte de nós, que merece o nosso respeito e a nossa alegria.
Quem dirige alguns trabalhos inspirado no Cristo, como no caso das reuniões espíritas, não o faz sem os outros que ouvem e os que se dedicam ao aprendizado. As experiências que não são repartidas começam a desinquietar a consciência dos que são favorecidos por elas; os celeiros que não são renovados não vêem multiplicados seus valores e podem atrofiar os poderes acumulados.
Quem dirige uma casa assistencial jamais deve se posicionar como chefe ou querer ser maior que todos que o ajudam a ser útil. Isso é fracasso à vista. Jesus, o maior de todos, disse aos seus discípulos, em resposta à mãe de Tiago e João, registrada por Mateus, no Evangelho, capítulo 20, versículos 26 a 28: “Não é assim entre vós, pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva.” Mais adiante, afirma: “E quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo”, para terminar, ampliando o seu amor a todas as criaturas, procurando nivelar todos os seres: “Do como o filho do homem que não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos”.
Esse é o nosso dever ante os nossos companheiros de trabalho, já que passou a época de dar a vida, qual fez o nosso Divino Mestre. Darás aos nossos irmãos a atenção devida, o respeito que eles merecem, não exigirás posição de destaque entre eles, e farás o que fez o maior de todos nós: pássaras a servi-los, sem esperar gratidão de forma alguma. Apreciarás com indulgência todos os feitos dos companheiros, valorizando o bem que por vezes desperta em seus corações. Não deveras esconder a humildade, fazendo desaparecer o orgulho e a vaidade. Mostra a tua educação diante deles e esquece a gratidão. Salienta a tua fraternidade na simplicidade dos verdadeiros benfeitores. Faze tudo por amor à obra, esquecendo-te da tua pessoa e lembrando-te de toda a comunidade.
A decadência de uma instituição começa quando o seu dirigente começa a mostrar o que fez pessoalmente. Quem está olhando ou visitando a casa, tem discernimento bastante para analisar a obra e, se já é conhecedor dos ensinos do Evangelho, sabe que ali muitas mãos trabalharam. E as que mais fizeram foram as de Deus e as do Cristo.
Não queremos tirar o estímulo dos cooperadores do bem, no tocante ao trabalho. Porém, é de nosso dever não criar servos naquilo em que realmente somos os menores.
Não e divino sentir e compreender que todos somos iguais, como filhos de Deus, com os mesmos direitos e deveres? A humildade é filha da compreensão e a caridade é conseqüência do amor. A auto-valorização é perda de tempo no espaço precioso que Deus nos deu para a nossa paz. Certamente o desequilíbrio da nossa mente passa para os nossos corpos e os órgãos, manifestando as mesmas intenções, iniciam a guerra intimamente, surgindo daí o desajuste e dele, as doenças. Busquemos a paz, a saúde e toda a felicidade que existe dentro de cada um, esperando que descubramos e respeitemos as leis que nos dirigem a todos.
É de lei que sempre nos reunamos em grupos, para aprendermos com maior facilidade e, além disso, deixarmos que se manifeste em nós o amor, essa virtude que interliga todos os corações na verdadeira amizade. E é da mesma lei que haja alguém, dentro do conjunto de pessoas que orienta, que aja como se fosse em uma aula, onde o professor expõe seus conhecimentos aos alunos, e com eles aprende o que ensina. Não obstante, quem dirige deve ser o que mais serve; quem ensina - esta é da lei da humildade - deve se colocar como o aprendiz mais faminto pela sabedoria. Vejamos os animais que se expõem ao rigor do tempo para proteger seus filhotes, indo de encontro aos perigos para salvá-los: quando arranja alimentos é sempre o último que come. Por que nós, Espíritos encarnados e desencarnados, não fazemos melhor? Querer mostrar que se é o maior entre os outros é diminuir-se diante de Deus, é envergonhara consciência, é demonstrar aos mais elevados que ainda se continua preso à ignorância, que ainda não se aprendeu a servir como convém.
Jesus tinha todas as condições de dizer que era o maior de todos, mas não o fez. Decidiu ir à frente de todos os Seus comandados e dar o exemplo de coragem e de protetor, de Mestre e de Pastor de todo o rebanho e, por último, entregou a vida, selando o seu ministério com a confiança imperturbável em Deus, para que os seus discípulos fizessem o mesmo.
O que se vê em nossas casas espíritas, infelizmente, é bem diferente.
Quando alguém fala muito em moral, é porque dela necessita. Quando prega demasiadamente a coragem cristã, é porque é carente dela; quando o trabalho não sai da boca, não dá o exemplo no serviço; quando prega muita pureza, já é para fugir da responsabilidade de começar. E por aí prosseguem os meios de gastar o tempo nas exigências que a nada levam Não somos melhores do que os que nos seguem, por humildade e com muito mais capacidade que nós. Eles merecem o nosso respeito e a nossa admiração. Lembremo-nos aqui do Cristo, quando responde a seus companheiros, desta forma:
Aquele que quiser ser o maior, que se faça o menor de todos.
E onde tu estiveres, meu irmão, procura aparar as arestas que a prepotência faz crescer. Procura cortar, ou arrancar pela raiz, a árvore má do jardim que o orgulho semeou em teu coração, e nada deixes nascer, nos teus sentimentos, que as mãos negras do egoísmo hajam plantado. A respeito disso, avança com Jesus, lado a lado, aprendendo e exemplificando o verdadeiro amor, tendo em teus companheiros de todos os dias teus iguais, como tua família, aquela que nunca se desfaz diante da verdade.
Livro: Segurança Mediúnica.
Miramez / João Nunes Maia.

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