quarta-feira, 16 de julho de 2014

O PENSAMENTO DA CRIANÇA - Miramez

0380/LE
O raciocínio nos diz que o Espírito envolvido em um corpo de criança não pode pensar qual o adulto. Os órgãos não oferecem campo de ação para sua manifestação mais livre. As suas faculdades são tolhidas pelos órgãos em desenvolvimento e somente com o tempo eles vão se afirmando, de modo que os canais de comunicações estejam sem impedimentos para as mensagens que o Espírito veio trazer ao mundo. É qual a massa em fermentação.
O cérebro da criança não oferece mais do que as próprias criancinhas, no entanto, como em todos os casos, existe exceção, e de vez em quando aparecem crianças-prodígios que, com pouca idade, já operam como adultos e até como sábios. Existem crianças médiuns, que transmitem para os homens as idéias dos benfeitores que controlam suas faculdades em serviço do fenômeno, de modo que a ciência possa estudar os fatos.
É a mesma coisa que perguntar porque uma árvore, antes do seu crescimento adequado à profusão de frutos, não dá antes esses frutos, ou porque um animal de poucos meses não faz o trabalho de um animal adulto. Tudo há de se esperar certo tempo para que surja a maturidade. Antes que asse o pão, é preciso que fermente a massa, descansando os ingredientes. A lei é a mesma em toda a criação. A criança, enquanto na formação do seu corpo, descansa por um grande período, para depois manifestar seus pendores, cumprindo a sua missão na Terra.
Como já foi dito, essa criança pode, em muitos casos, ser muito mais elevada de que muitos adultos, porém, o seu instrumento de manifestação da inteligência ainda se encontra em preparo pelas mãos do tempo e com as bênçãos de Deus. A responsabilidade dos pais, dos professores e governo é muita, porque os canais de comunicação que levam a criança à verdade, como estímulos, pode gravar nas telas da sua consciência o que se fala, o que se escreve e o que se vive, com responsabilidade do que fala, escreve e vive. O Espírito no estado infantil não pensa qual adulto, mas tem o poder de registrar tal qual esse, ou, ainda melhor, de acordo com as suas sensibilidades espirituais.
Nossa responsabilidade diante das crianças que cruzam os nossos caminho é imensa e não podemos desdenhar os compromissos mediante as necessidades dos pequeninos em corpos, que, às vezes, são grandes em Espírito.
Quando o tempo está nublado, isso impede que a luz do sol chegue à Terra na sua pureza; entretanto, tão logo desaparecem as brumas, o sol volta a brilhar.
A criança pode não raciocinar igual aos adultos, não falar qual esses, porem ela tem poderes, de forma a plasmar tudo com mais nitidez que os próprios homens amadurecidos. A criança não é libertada da confusão de uma vez; isso acontece gradativamente, pois a lei nos ensina que a natureza não é violenta. A sua marcha se move na ponderação, para dar mais segurança aos dons espirituais.
Livro: Filosofia Espírita – Volume VIII
Miramez – Joõ Nunes Maia.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
A infância
380. Abstraindo do obstáculo que a imperfeição dos órgãos opõe à sua livre manifestação, o Espírito, numa criancinha, pensa como criança ou como adulto?
Desde que se trate de uma criança, é claro que, não estando ainda nela desenvolvidos, não podem os órgãos da inteligência dar toda a intuição própria de um adulto ao Espírito que a anima. Este, pois, tem, efetivamente, limitada a inteligência, enquanto a idade lhe não amadurece a razão. A perturbação que o ato da encarnação produz no Espírito não cessa de súbito, por ocasião do nascimento. Só gradualmente se dissipa, com o desenvolvimento dos órgãos.
A.K.: Há um fato de observação, que apóia esta resposta. Os sonhos, numa criança, não apresentam o caráter dos de um adulto. Quase sempre pueril é o objeto dos sonhos infantis, o que indica de que natureza são as preocupações do respectivo Espírito.

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