terça-feira, 15 de julho de 2014

Atividade de Deus - Miramez

0021 / LE
Deus jamais ficou, fica ou ficará inativo. Não podemos conceber um Deus sem ação permanente dentro da sua criação; Ele é o sol espiritual de vida, mantenedor de todas as vidas e a Ele estamos ligados.
Quando falamos que Deus criou o universo, é por faltar em nossa linguagem o verdadeiro significado de criação. Na dialética fraca dos homens, criação é dar existência, é usar a mente e as mãos para que algo tome forma ou feição. Escapa ao nosso raciocínio o que significa criar, no dicionário da natureza divina. Se Ele criou, onde buscou o princípio da formação das coisas?
Essa é uma fórmula que Ele não achou conveniente que os homens soubessem. Nesse campo profundo, somente os Espíritos puros, altamente evoluídos, têm notícias dessa ciência espiritual, estendendo falanges e mais falanges em toda a extensão infinita, operando na dimensão que lhes é própria.
A matéria existe, desde a eternidade, como Deus? Somente Ele o sabe, nos informa o “O Livro dos Espíritos””. Só podemos dizer que a idade da matéria se perde para nós, na noite dos milênios incontáveis, e que o seu cinetismo é uma realidade, não que ela se movimente por si só mas porque se move por vontade dAquele que nunca fica sem atividade. Há segredos que ficarão por muito tempo sem serem desvendados, por nos faltarem sentidos e capacidade para suportar as revelações e saber fazer uso das belezas imortais, dos valores do Espírito.
Se podemos dar a Deus uma mente, ou vê-lo desta forma, ela tem uma corrente de idéias contínuas no verdadeiro sentido do verbo. Cessando a sustentação, desmorona-se todo o universo. Sabemos que esse fluído cósmico, ou hálito divino, desprendido da sua magnânima personalidade e incomparável poder é que nos dá vida e mantém o nosso equilíbrio espiritual.
Somos dotados de sentidos apropriados, com valores desenvolvidos e a desenvolver, que transformam essa essência oriunda do Senhor, em fluído animal ou magnetismo humano, energizando seu valor com os nossos sentimentos mais ou menos puros.
O éter divino é sensível ao nosso caráter, como também grava as nossas deficiências.
O santo o usa na sua cândida feição, despertando os seus mais profundos valores, pela força do amor e da caridade para ajudar, servindo todas as criaturas que carecem de amparo e de socorro, O ser humano, mesmo encarnado, compreendendo a ciência das mutações, poderá fazer prodígios, se souber lidar com esses segredos da natureza em favor do bem, deixando estender a fé nos limites que ela pode socorrer os desfalecidos.
Isso corresponde às atividades de Deus, onde Ele for respeitado e amado. Para tanto, Ele criou leis que regem todas as atividades menores e estabilizam o equilíbrio de todas as coisas. É bom e justo que pensemos que não existe nada separado de Deus, no entanto, é melhor entender que a sua inconfundível personalidade é única no seio de todas as formas surgidas pela sua majestosa vontade.
Pormenorizar as atividades de Deus é salientar a nossa ignorância acerca dEle, pois, somente Ele se conhece e aos seus segredos mais profundos. Nós ainda temos de adentrar as primeiras sendas do conhecimento de nós mesmos, ambiente infinito de sabedoria, para depois começarmos a pensar, estudar e compreender o livro, da natureza, onde os atributos da Divindade estão em evidência. As portas pelas quais deveremos entrar para nos conhecer são ensinadas por Cristo, no seu Evangelho. A vivência dos preceitos que Ele nos ofereceu nos faz compreender o que se deve pensar acerca de Deus e da sua criação.
Livro: Filosofia Espírita – Vol. I
Miramez / João Nunes Maia.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
21. A matéria existe desde toda a eternidade, como Deus, ou foi criada por Ele em dado momento?
Só Deus o sabe. Há uma coisa, todavia, que a razão vos deve indicar: é que Deus, modelo de amor e caridade nunca esteve inativo. Por mais distante que logreis figurar o início de Sua ação, podereis concebê-Lo ocioso, um momento que seja?

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