sábado, 4 de janeiro de 2014

ESCOLHA DE PROVAS - Miramez

0258/LE  
A razão nos convida a apreciar com profundidade esse assunto de escolha de provas, quando o Espírito está na erraticidade. Temos o livre-arbítrio, mas em uma escala progressiva, e até certo ponto, porque Deus é quem comanda tudo, dentro da Sua autoridade total.
O Espírito pode escolher as provas que haverá de enfrentar na Terra, mas, quando passa dos limites, quando a sua usura, o seu orgulho falam mais alto do que as suas necessidades de se educar, a mão de Deus intervém, dando-lhe o que pode suportar e que lhe serve de aprendizado. É, pois, engenhosa essa escolha; nem sempre a alma pode escolher o que quer, porque por vezes não sabe optar pelo que realmente lhe convém.
No caso de Espíritos envolvidos nas paixões inferiores, que se encontram na inconsciência do que devem escolher, certamente que esses não podem programar as suas provas, assim como a criança, o velho esclerosado ou o retardado mental não podem sair para as ruas à hora que desejarem.
Para esse trabalho de escolha e assistência, aos reencarnantes, Deus colocou falanges e mais falanges de anjos benfeitores, conscientes de seus deveres ante os necessitados.
Nunca se pode generalizar esses casos de escolhas; elas são variadas, de acordo com o reencarnante, e muitos Espíritos, já com categoria espiritual elevada, pedem conselhos aos Espíritos que os guiam nas escolhas das suas provas, sobre a família e o meio social em que deverão reencarnar. São almas que desejam acertar e não querem negligenciar nas diretrizes do bem e da verdade, e ainda pedem aos seus mentores espirituais para avisar-lhes sobre os perigos, no momento em que estiverem à beira do abismo. São Espíritos com a maturidade que os assemelha à lavoura cuja colheita se aproxima. E que Deus nos abençoe e que existam muitos deles na Terra.
Mas quando o Espírito tem a liberdade de escolher suas provas e avança para certas dificuldades que pesam em seus ombros, e Deus o permite, Ele, o Senhor, é misericordioso e oferta muitos recursos para que a alma aproveite as lições. Nada é perdido em lugar algum do universo porque a Sabedoria Divina tudo vê, e Suas mãos sempre abençoam, convertendo o mal em bem, o ódio em amor, a violência em paz, a inimizade em perdão. Mesmo que o Espírito se desvie da estrada nobre que desejou seguir, ele acumula experiências e torna a voltar, revestindo-se de novo corpo, com mais facilidade de acertar.
Podemos ponderar sobre os nossos feitos na Terra e as decisões que tomamos no decorrer da nossa existência. Temos o livre-arbítrio de escolher, no entanto, muitas escolhas não acontecem, porque o Senhor não achou conveniente ao nosso tamanho evolutivo. Isso sucede todos os dias; basta observarmos os acontecimentos na sutileza da vida. Situações há em que determinada pessoa escolhe, por exemplo, dirigir um país e quase toda nação assim o deseja.
Entretanto, Deus não permite que assim aconteça.
Assim também se passa no mundo dos Espíritos: quem pode escolher, escolhe as provas; a quem não pode, elas são impostas, e outros pedem conselhos aos benfeitores maiores, sobre o que e melhor para eles. Enfim, tudo é escola, tudo são lições, porque nada se perde na casa de Deus. A Sua vontade é sempre soberana.
        Livro: Filosofia Espírita – Vol. VI
Miramez / João Nunes Maia.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Escolha das provas
258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena?
Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre-arbítrio.
258a) - Não é Deus, então, quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?
Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem estabeleceu todas as leis que regem o Universo. Ide agora perguntar por que decretou Ele esta lei e não aquela. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das conseqüências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lhe acham, assim, o caminho do bem, como o do mal. Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi mal feito. Demais, cumpre se distinga o que é obra da vontade de Deus do que o é da do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus. Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de progredirdes, e Deus o permitiu.

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