quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

A Busca do Sentido Existencial – Joanna de Ângelis

Existir significa ter vida, fazer parte do Universo, contribuir para a harmonia do Cosmos.
A existência humana é uma síntese de múltiplas experiências evolutivas, trabalhadas pelo tempo através de automatismos que se transformam em instintos e se transmudam nas elevadas expressões do sentimento e da razão.
À medida que os automatismos biológicos se convertem em impulsos dirigidos — ressalvados alguns que permanecerão sem a contribuição da consciência — o ser psicológico passa a sobressair, conduzindo, de início, a carga dos atavismos que deverão ser remanejados, diluindo aqueles de natureza perturbadora e aprimorando aqueloutros que se transformarão em fontes de alegria, de prazer e de paz...
Simultaneamente, a razão abandona as brumas da ignorância que a entorpece — qual cascalho que envolve a gema preciosa — e se delineiam objetivos e sentido existencial enquanto não surge essa necessidade, o primarismo predomina, e o ser, não obstante em estágio de humanidade, apenas reage, sem saber agir; ambiciona sem discernir para que; agride ou deprime-se, por desconhecer o valor da luta saudável, sempre desafiadora para a conquista do progresso. Somente então, surgem as interrogações que fazem parte da busca do sentido existencial:  a) para que viver? b) por que lutar? c) como desenvolver essa capacidade de perseverar até alcançar a meta?
A vida é inerente a tudo, e tentar explicar-lhe a causa, o motivo do Primeiro Movimento que lhe deu origem, é perder-se em elucubrações filosóficas e religiosas desnecessárias. Aceitar-lhe a realidade sem discussão, que se apresenta como fuga psicológica para o seu enfrentamento, é o primeiro passo.
Vive-se, e isso é incontestável. Negá-lo, significa anular-se, anestesiar a capacidade de pensar.
Viver da melhor forma possível é o desafio imediato. Viver bem — desfrutando dos recursos que a Natureza e a inteligência proporcionam — para bem viver — realizações internas com o desenvolvimento ético adequado, que proporcionam bem-estar interior —, eis a razão por que lutar.
Tal conquista sempre se consegue mediante o esforço da não aceitação comodista, partindo-se para a luta de crescimento pessoal e de transformação ambiental, que facultam a existência feliz.
O próprio esforço, na mínima realização vitoriosa, contribui para o favorecimento da capacidade de se prosseguir conquistando as metas que, ao serem alcançadas, oferecem outras novas, que podem proporcionar melhores condições de plenitude e de integração na Consciência Cósmica.
Cada etapa vencida, portanto, mais capacita o ser para as porvindouras que lhe cumpre conquistar. Experimentada uma vitória, surgem motivações especiais para o prosseguimento das lutas que acenam conquistas mais significativas, particularmente no íntimo, quando o ser psicológico desabrocha e predomina sobre o conjunto fisiológico.
Livro: Amor, Imbatível Amor.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco.

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