sábado, 12 de outubro de 2013

Paciência e Mansuetude

Sedes Pacientes. A paciência é também uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, como decorrência, muito mais meritória: a de perdoar aos que Deus situou em nosso caminho, para serem instrumentos do nosso sofrimento e para nos experimentarem a paciência.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, cap. IX Item 7 / paciência – Um Espírito Amigo).
Num mundo de pressa e correrias o que nos induziria a sermos pacientes?
Os compromissos com horários, os múltiplos encargos a saldar e  as providencias a tomar simultaneamente, os recebimentos a coletar, as compras a fazer, o trânsito a vencer e o relógio sempre a nos atormentar, nos deixarem em clima de neurose e tensão.
A angústia de vivermos sempre atrasos em nossos afazeres cria atualmente uma onda envolvente, que nos transforma em autômatos, sem sentimentos nem ponderação. É um dos graves tormentos do homem moderno, pressionado pelas metas empresariais e particulares a cumprir, os objetivos lucrativos estabelecidos.
Como nos comportar com paciência e mansuetude dentro dessa total turbulência?
A irritação, a exasperação, o tormento, o desequilíbrio emocional nunca foram tão acentuados como nos dias atuais.
Discutimos, perdermos a calma, criamos inimizades, nos incompatibilizamos pela menor razão; no trabalho, em casa, nas associações, nos agrupamentos cristãos só vemos hoje brigas e desavenças. Estamos vivendo uma fase muito critica. Nunca estivemos precisando tanto de paciência e calma como agora. Até parece que todos os nossos valores íntimos estão sendo rigorosamente testados. É a hora de definições cíclicas e toda a nossa resistência está sendo colocada em prova. Observemos tudo isso com muita seriedade e extremo cuidado, pois estamos sujeitos a entrar de roldão e sermos arrastados por essa onde planetária.
A paciência serena, pacífica, sem reações violentas, calma, branda, tolerante, a aceitação tranqüila, a vigilância ponderada são todas as reações do nosso comportamento que poderão mudar essa atmosfera turbulenta do nosso orbe, na medida em que nos conscientizarmos da necessidade das mudanças e por elas trabalharmos deliberadamente.
Cada um de nós poderá identificar, nos momentos diários, as ocasiões, em que deverá aplicar a paciência e a mansuetude. No momento identificamos seguir algumas delas:
a) Bendizendo tranquilamente a dor que nos foi enviada, transformando as aflições em calmarias, na certeza profunda de que Deus através delas realiza em nós as melhores transformações.
b) Aceitando com amor aqueles colocados como instrumentos do nosso sofrimento, convictos de que a eles males maiores provocamos no passado.
c)Fazendo das dificuldades da vida os obstáculos a contornar suavemente, como exemplificam os rios, que, circundando os rochedos, atingem os vales que fertilizam.
d)Fortalecendo a fé na bondade e na misericórdia do Pai Celeste, entendendo que a duração de quaisquer conflitos será sempre menor do que as conseqüências criadas pela maldade dos homens.
e)Reagindo de todos os modos possíveis as induções constantes de desentendimentos, discussões e irritações, silenciando a todo custo os impulsos inconformados de revides, defesas ou justificativas que possam nos desequilibrar emocionalmente.
f)Evitando no transito ou nas ruas as reclamações dos nossos direitos transgredidos pelos outros; uma atitude serena de renúncia desperta muito mais quem, distraído, não percebeu a infração cometida.
g)Suportando sem esgotamentos nervosos os climas tensos dentro de casa, recorrendo à prece e a leitura tranqüilizante, para conseguir o necessário reabastecimento das energias renovadoras.
“A vida é difícil, bem o sei, constituindo-se de mil coisas mínimas que são como alfinetadas e acabam por nos ferir. Mas é necessário olhar para os deveres que nos são impostos, e para as consolações e compensações que obtemos, pois então veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores. O fardo parece menos pesado quando se olha para o alto do que quando se curva a fronte para a terra.” (O Evangelho Segundo o Espíritismo – Allan Kardec, cap. IX, item 7 - Paciência / um Espírito Amigo).
Livro: Manual Prático do Espírita
Ney Prieto Peres

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