quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ao redor do dinheiro

Reunião pública de 26/1/59
Efetivamente, perante a visão da Esfera Espiritual, o homem afortunado na Terra surge sempre à feição de alguém que enorme risco ameaça.
Operários da evolução, a quem se confiou a mordomia do ouro, aqueles que detêm a finança comum afiguram-se-nos companheiros constantemente afrontados pelas perspectivas de desastre iminente, assim como os responsáveis pela condução da energia elétrica, em contacto com agentes de alta tensão, ou, ainda, como os especialistas de laboratório, quando impelidos a manusear certa classe de vírus ou de venenos, com vistas à preservação e ao benefício do povo.
Considerando, porém, as inconveniências e desvantagens que assinalam a luta dos que foram chamados a transportar semelhantes cruzes amoedadas, é forçoso convir que o coração voltado para Jesus pode sustentar-se, nesse círculo de incessantes inquietações, na tarefa sublime da paz e da luz, da ascensão e da liberdade.
Isso porque, se o dinheiro nas garras da usura pode agravar os flagícios da orfandade e os tormentos da viuvez, nas mãos justas do bem converte o pauperismo em trabalho e o sofrimento em educação.
Se a riqueza entesourada sem o lucro de todos pode gerar o colapso do progresso, o centavo movimentado ao impulso da caridade é o avivamento do amor na Terra, por transformar-se, a cada minuto, no remédio ao enfermo necessitado, no livro renovador das vítimas do desânimo, no teto endereçado aos que vagueiam sem rumo e na gota de leite que tonifica o corpo subnutrido da criancinha sem lar.
Ninguém tema, desse modo, a grave responsabilidade da posse efêmera entre as criaturas humanas, mas que toda propriedade seja por nós recebida como empréstimo santo, cujos benefícios é preciso estender em proveito geral, atentos à lei de que a felicidade só é verdadeira felicidade quando respira na construção da felicidade devida aos outros.
Assim, pois, compreendamos, com a segurança da lógica e com a harmonia da sensatez, que, em verdade, não se pode servir a Deus e a Mamon, mas que é nossa obrigação das mais simples colocar Mamon a serviço de Deus.
Livro: Religião dos Espíritos.
Emmanuel / Chico Xavier.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
As provas de riqueza e de miséria
816. Estando o rico sujeito a maiores tentações, também não dispõe, por outro lado, de mais meios de fazer o bem?
Resposta: Mas, é justamente o que nem sempre faz. Torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável. Com a riqueza, suas necessidades aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para si unicamente.
A. K.: A alta posição do homem neste mundo e o ter autoridade sobre os seus semelhantes são provas tão grandes e tão escorregadias como a desgraça, porque, quanto mais rico e poderoso é ele, tanto mais obrigações tem que cumprir e tanto mais abundantes são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder. A riqueza e o poder fazem nascer todas as paixões que nos prendem à matéria e nos afastam da perfeição espiritual. Por isso foi que Jesus disse: “Em verdade vos digo que mais fácil é passar um camelo por um fundo de agulha do que entrar um rico no reino dos céus.” 

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