sábado, 16 de março de 2013

Carma e parentela - Hammed

 “A união e a afeição que existem entre os parentes são indício da simpatia anterior que os aproximou: também se diz, falando de uma pessoa cujo caráter; gostos e inclinações não têm nenhuma semelhança com os de seus parentes, que ela não é da família...” - (Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Capítulo 4, item 19.)
Quase sempre afirmamos que a antipatia a certos membros de nossa parentela é decorrente de antigas aversões, oriundas do pretérito distante, quando ocorrências negativas ficaram mal resolvidas em nossa atmosfera cármica.
Dessa forma, justificamos aversões e incompatibilidades de gênio, transformando o ambiente familiar em verdadeiro campo de batalha, onde todos têm razão e, ao mesmo tempo, todos se dizem vítimas impotentes do destino.
Importante lembrar que, se fomos reunidos aqui e agora, é porque este é o melhor tempo para solucionarmos comportamentos inconvenientes, posturas de vida intransigentes e para promovermos nossa transformação interior, fatores imprescindíveis para o crescimento da alma.
Não se auto-responsabilizar por feitos e atitudes no presente, inocentando-se e lançando desculpas pelos desatinos do passado, é assumir a condição de injustiçado, ou mesmo, de vítima. E como afirmar que a Divina Providência cometeu para com tua existência uma falta, fazendo-te renascer em ambiente não correspondente ao teu desenvolvimento espiritual, o que logicamente é um enorme absurdo.
Não são situações de vidas passadas que te complicam os relacionamentos afetivos, e sim a continuidade dos velhos modos de pensar, das crenças incoerentes e da permanência em doentios pontos de vista de onipotência.
Adultos dominadores desenvolvem expectativas em relação ao círculo em que vivem, alterando as escolhas pessoais dos familiares. Se estes não são acostumados a pensar por si, permitem facilmente que lhes alterem as trilhas que tinham delineado e definido como metas particulares. Fatalmente, esses mesmos indivíduos um dia se revoltarão contra as atitudes de dominância e rejeitarão ser manipulados de novo, desenvolvendo assim sérios atritos no lar.
Em muitas ocasiões, por atitudes autoritárias, a profissão que é exercida difere de modo frontal daquela que a criatura escolheu. Em vista disso, ela vive constantemente contrariada, por ver frustrado o seu projeto interno, e se revolta não só contra quem desencadeou a intromissão em sua trilha de vida, mas também contra o mundo, a sociedade e contra si mesmo, por não ter lutado por tudo aquilo que desejava.
Parentes inseguros superprotegem os seus escolhidos, tornando-os impotentes em áreas em que já poderiam ser independentes. Por obrigá-los a compartilhar os seus mesmos pontos de vista, evidenciam um enorme desrespeito ao outro, demonstrando com isso que, talvez, nem eles mesmos saibam o que querem realmente da vida.
Assim, com freqüência, filhos se defrontam com pais e irmãos, lutando contra gestos de arrogância. Querem ser eles mesmos, desbravar suas próprias metas e caminhos, embora, às vezes, se anulem com certo medo de desagradar-lhes, pelo suporte e manutenção de vida que ainda recebem deles, porque, em verdade, muitos ainda não conseguiram sustentar-se material e afetivamente.
Auto-responsabilidade é uma dádiva que nos confere o poder de criar mudanças, pois geralmente preferimos nos desculpar, jogando a responsabilidade de nossos atos nos ombros alheios, ou nas vidas passadas, tornando-nos vítimas e eximindo-nos de contribuir com nossa parcela para eliminar melindres, ressentimentos e antipatias no seio do próprio lar.
Em razão disso tudo, para que tenhamos relacionamentos felizes no futuro, tomemos nota do lema: “O ontem já passou. Agora é a melhor ocasião para teu crescimento e renovação”.
Livro: Renovando Atitudes.
Espírito: Hammed
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto.

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