segunda-feira, 28 de maio de 2012

Passes e passistas / Dúvidas e perguntas

1 - Em visitas domiciliares cujo residente é portador de dependência alcoólica pode-se aplicar o passe neste indivíduo? Em familiares?
2 - De uma forma geral, há algum inconveniente na aplicação de passes em visitas domiciliares cuja proposta da visita é o estudo do Evangelho e de obras espíritas? Ou a sua aplicação deve ser apenas em ocasiões em que os membros não podem freqüentar um Centro Espírita ?
3 – Quais as ocasiões em que se pode dar passes fora do Centro?
Resposta: Divaldo Franco (Diretrizes de segurança, pergunta 81) e Roque Jacintho (Passe e passista, cap. 16) são categóricos: os passes domiciliares constituem uma exceção, para os casos em que o indivíduo não reúne condições de ir a uma Casa espírita. Com relação aos alcoólatras, é preciso lembrar que aqueles que buscam curar-se do alcoolismo podem e devem ser auxiliados com o passe, mas este será mais eficaz se ministrado na Casa espírita, porque, indo ao Centro espírita, eles se desligam do recinto doméstico onde perduram suas formas-pensamentos de enfermidade. Se o indivíduo é alcoólatra e no momento do passe se encontra alcoolizado, devemos lembrar o ensinamento constante do livro “Mecanismos da Mediunidade”, p. 148, o qual nos informa que maior eficácia terá o passe quanto mais intensa for a adesão do paciente.

4 - Quando um médium passista passa mal após aplicação de passe este sintoma é decorrente do médium não estar preparado para a tarefa neste dia em especial ou pode ser decorrente do médium estar captando a presença de um Espírito desencarnado com baixa vibração? Como diferenciar ?
Neste caso específico o médium deve tomar passe.? Por quanto tempo?
Resposta: O passe deve ser ministrado em estado de lucidez e absoluta tranqüilidade, no qual o passista se encontre com saúde e com perfeito tirocínio (Diretrizes de segurança, 69). Como o passista é o primeiro a ser envolvido nas vibrações oriundas dos Benfeitores Espirituais, se ocorre o mal-estar citado na pergunta, algo não anda bem e é preciso investigá-lo. Pode haver inúmeras causas que expliquem o fato, inclusive de ordem médica. Só em caso concreto seria possível emitirmos opinião a respeito.

5 - Em reunião mediúnica há necessidade de aplicação de passes no médium psicofônico durante a comunicação? O passe é direcionado ao médium ou ao espírito comunicante ? Nestes casos há a necessidade da imposição de mãos ou o passe pode ser dado apenas pelo pensamento?
Resposta: Em alguns casos, sim. Suely Caldas (Obsessão/Desob., 3a parte, cap. 12) menciona 5 deles: Espíritos que não conseguem falar, suicidas, dependentes de drogas, dementados e sofredores. O passe é ministrado no médium, mas seu alvo é a entidade comunicante. A técnica é a imposição de mãos. André Luiz corrobora esse pensamento no seu livro “Desobsessão”, cap. 26 e 52.

6 - Em médiuns iniciantes o passe auxilia para que o mesmo permita uma melhor passividade?
Resposta: Sim, e isso está claro em “O Livro dos Médiuns”, mas a providência não é recomendada por causa dos condicionamentos que pode criar. Herculano Pires (Obsessão, o passe, a doutrinação, p. 48) lembra que, nas sessões de doutrinação de Espíritos, o passe é empregado como auxiliar dos médiuns em desenvolvimento quando incapazes de controlar as manifestações de entidades rebeldes. Nesse caso, o alvo do passe é o médium.

7 - Em trabalhos assistenciais é imprescindível a aplicação de passes em crianças ?
Resposta: Sim. Raul Teixeira diz que no caso de crianças carentes o passe e a água fluidificada ajudam na recomposição das forças da criança que não recebe a nutrição devida, por causa da condição social em que vive. E muitos choros, comuns em crianças pequenas, se reduzem pela condição de equilíbrio que o passe lhes fornece.

8 - Como explicar de forma simples o que é o passe e o que é água fluidificada para uma pessoa que vem pela primeira vez ao Centro?
Resposta: A maioria dos que chegam ao Centro pela primeira vez procede do Catolicismo. Presume-se que o católico saiba das curas que Jesus e vários apóstolos fizeram usando as mãos. Com relação à água temos também nas tradições católicas o relato do primeiro prodígio atribuído a Jesus nas bodas de Caná, quando transformou a água em vinho, e ainda o uso da água benta. Lembrar esses fatos pode ser útil a título de introdução, tanto quanto os textos constantes dos itens 1.1 a 1.4 de nossa apostila.

9 - Se um passista participa de dois grupos públicos em dias seguidos, ele pode dar passes nas duas reuniões? Se não, qual o período que se deve esperar para voltar a dar passes?
Resposta: O passe, ensina Divaldo Franco, produz um desgaste (Diretrizes de segurança, pergunta 69). Mas não existe exaustão das forças magnéticas, porque as energias transmitidas ao paciente são renovadas pela ação dos Benfeitores Espirituais (Conduta Espírita, cap. 28;  Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17). No tocante às forças gastas próprias do passista, o bom senso nos diz que seria interessante – se ele tiver de trabalhar em dois grupos na mesma semana – que o faça com um certo intervalo que lhe possibilite estar, no momento do passe, nas condições de equilíbrio e saúde mencionadas por Divaldo na pergunta acima referida.

10 - Qual a diferença entre passe e fluidoterapia?
Resposta: A fluidoterapia é o nome que se dá à terapia pelo uso dos fluidos e não se limita aos passes. As radiações, a magnetização da água, as operações espirituais se incluem nesse conceito.

11 - Quando encontro alguém que não está bem, procuro mentalizar e orar por alguns momentos na tentativa de mandar fluidos melhores a essa pessoa. Isso é um tipo de passe? Posso fazê-lo sem receio?
Resposta: Sim. O passe a distância é bastante utilizado pelos espíritas, mas Herculano Pires (Obsessão, o passe, a doutrinação, p. 45) diz que não devemos desprezar o efeito psicológico da presença do enfermo no ambiente da Casa espírita. O receio de se influenciar não se justifica. Lembra Roque Jacintho (Passe e passista, cap. 19) que a influenciação negativa que disso poderia advir só ocorre quando se estabelece sintonia com a zona inferior, por parte do passista. Se este se encontra equilibrado, não há por que temê-la.

12 - Dar um passe é doar um pouco das próprias energias. Isso impede que o passista realize outras funções no Centro, como  as mediúnicas, por exemplo, em que há também um grande gasto de energia?
Resposta: Não. A resposta dada à pergunta 9 aplica-se a esta questão.

13    - Qual o tempo que se deve dar entre uma tarefa e outra?
Resposta: O tempo que for necessário para a recomposição das forças gastas, como mencionado na resposta à pergunta 9.

14  – Há trabalhadores que não tomam passe justificando que pelo fato de estarem trabalhando já estão recebendo o passe espiritual e que, portanto, não necessitam do passe efetuado na câmara do passes. Há ressalvas neste raciocínio?
Resposta: O raciocínio é correto, mas devemos lembrar que o passe que se recebe ajuda o trabalhador a recompor as forças despendidas nos diversos trabalhos que realize. É diferente do indivíduo que busca passes sistematicamente, mesmo quando deles não necessita, ao qual Edgard Armond deu o nome de “papa-passes” (Trabalhos práticos de Espiritismo, p. 84).

15 – O fluido vital é algo peculiar aos seres orgânicos, modificados segundo as espécies. Se são diferentes os fluidos em seres humanos e em animais, por que há melhora, (segundo relatos que animais de estimação melhoram após a aplicação de passes), se em decorrência de serem diferentes não haveria condições da efetuação da combinação de fluidos, isto é, não haveria afinidade fluídica?
Resposta: O passe e a água magnetizada, quando voltados exclusivamente para o animal, produz efeitos comprovados. Não há por que negar-lhes o benefício. Diz Roque Jacintho (Passe e passista, cap. 32) que Espíritos unidos à obra da Natureza fornecem os recursos necessários ao atendimento, fato que nos leva a concluir que a preparação e a prece antes de ministrar o passe constituem providência indispensável.

16 – Os seres inorgânicos, por exemplo, as pedras, são dotadas de magnetismo. Por definição, apenas os seres orgânicos possuem fluidos vitais. Fluido magnético e fluido vital por uma questão de lógica são conceitos diferentes? Como defini-los?
Resposta: O assunto tratado nesta pergunta encontra-se exposto no item 4.3 de nossa apostila. Em "O Livro dos Espíritos", questão 427, Kardec o examinou.

Apêndice

Obras que devem ser consultadas para dirimir dúvidas sobre o passe:

  1. Mecanismos da Mediunidade (André Luiz) – Maior eficácia tem o passe quanto mais intensa a adesão do paciente (p. 148). Menores resultados se obtêm nos doentes adultos jungidos à inconsciência temporária (pp. 148 e 149)
  1. Os Mensageiros (André Luiz) – No Campo da Paz, a ala dos Espíritos que dormiam somava 1.980 entidades. Destes, 400 foram selecionados para receber tratamento, mas apenas 2/3 recebiam passes, porque só eles se revelaram aptos a recebê-los (p. 123).
  1. Nas Fronteiras da Loucura (Manoel Philomeno de Miranda) – Oração, passes, água magnetizada e doutrinação compõem o tratamento do alcoolismo, da toxicomania, da sexolatria e dos vícios em geral (pp. 75 e 76). Na terapia do passe, a disposição do paciente exerce papel relevante para a obtenção dos resultados (pp. 234 e 235).
  1. Entre a Terra e o Céu (André Luiz) – Mário Silva, acometido pela consciência culpada, fruto dos erros cometidos por ocasião da Guerra do Paraguai, não podia ser socorrido com passes. Segundo Clarêncio, ele precisava ser atingido na mente. Necessitava de idéias renovadoras e somente Antonina poderia ajudá-lo (pp. 224 a 226). Naquele dia, mesmo socorrido pelos passes, acordou agoniado e trêmulo (pp. 120 a 122).
  1. Passe e Passista (Roque Jacintho) – Capítulos 16, 19, 28 e 32, pp. 73, 83, 118 e 133.
  1. Obsessão, o passe, a doutrinação (J. Herculano Pires) – Págs. 45 e 48.
  1. Conduta Espírita (André Luiz) – Capítulo 28, pp. 102 a 104.
  1. O Consolador (Emmanuel) – Questões 99, 103 e 104, pp. 68, 69 e 70.
  1. Diretrizes de Segurança (Divaldo Franco e Raul Teixeira) – Capítulo VII, pp. 67, 70 e 71.
  1. Sessões Públicas (Roque Jacintho) – Pág. 18.
  1. Diálogo com dirigentes e trabalhadores espíritas (Divaldo Franco) – Págs. 61 e 66.
  1. 20 Lições sobre Mediunidade (Astolfo O. de Oliveira Filho) – Capítulo 18, p. 102.
  1. Trabalhos Práticos de Espiritismo (Edgard Armond) – Capítulo IV, pp. 83 e 84.
  1. Desobsessão (André Luiz) – Capítulos 26, 52 e 68, pp. 63, 115 e147. 
Londrina, 30 de outubro de 2005
Astolfo O. de Oliveira Filho
Passes e passistas (XVII)

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