quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O DEVER ESQUECIDO


          Certo rei, muito poderoso, sendo obrigado a se ausentar do reino por muito tempo e desejando por a prova a capacidade do príncipe, seu filho, tomou de grande fortuna e entregou-lhe dizendo:
        -”Quero que empregue toda esta fortuna na construção de uma casa, tão rica, luxuosa, confortável e bela quanto for possível!”
           Aconteceu, porém, que o jovem, muito egoísta, arquitetou o plano de enganar ao próprio pai de modo a gozar todos os prazeres imediatos da vida e passou a comprar materiais inferiores. Onde lhe cabia empregar metais raros, utilizava latão; nos lugares em que devia colocar mármore precioso, punha madeira barata e nos setores de serviço em que a obra reclamava pedra sólida, aplicava terra batida.
   Com isso, obteve largas somas, que consumiu, desordenadamente, em companhia de outros jovens tão desmiolados e irresponsáveis como ele mesmo.
       Quando o rei regressou, encontrou o príncipe abatido e cansado a apresentar-lhe uma cabana tosca e esburacada, ao invés de uma casa nobre. Surpreso e triste, porém sem perder a calma, o rei entregou a chave da cabana e disse:
          -”Meu filho, a casa que mandei edificar é para você mesmo... não me parece a residência sonhada por seu pai, mas devo estar satisfeito com a que você próprio escolheu...”
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         O Conto nos leva a fazer judiciosas apreciações quanto ao cumprimento exato de nossos deveres. Comparemos o soberano a Deus, nosso Pai.
           O Príncipe da historia poderia ter sido qualquer um de nós. A fortuna, para construirmos a casa de moradia da nossa alma é a vida que Deus nos empresta. Quase sempre, contudo, gastamos o tesouro da existência em caprichosa ilusão, para acabarmos relegados por nossa própria culpa, aos pardieiros apodrecidos do sofrimento.
          Mas aqueles que se consagram à benção do dever, o mais áspero que seja, adquirem a tranqüilidade e a alegria que o Supremo Senhor lhes reserva, por executarem fiéis, a sua divina vontade, que planeja sempre o melhor, a nosso favor.

ANTOLOGIA da CRIANÇA
Francisco C. Xavier
http://grupodejovensaprendizesdaluz.blogspot.com

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