segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Coragem


Se o desânimo procura
Mergulhar-te na amargura.
Não olvides, meu irmão,
Que a vida por toda parte
É nova luz a buscar-te
Em doce renovação.
Na mágoa que te domina,
Repara a Bênção Divina
A brilhar, aqui e além...
Tudo é esperança e beleza
No trono da Natureza
Na glória do Eterno Bem...
Da noite estranha e sombria,
Assoma, envolvente, o dia
E a treva faz-se esplendor.
Do Inverno que dilacera,
Vem o Sol da Primavera
E o espinho revela a flor.
Da serra empedrada e feia,
Desce o regato que ondeia
Em generosa canção.
Do charco de baixo nível,
Desditoso e desprezível,
Ressurge o calor do pão.
Coragem! – recorda o ninho,
Suportando, de mansinho,
Toda a fúria do escarcéu;
E do além, tranqüila ao vê-la,
Coragem! – repete a estrela,
Sorrindo no azul do Céu.
Assim também, cada hora,
Trabalha, porfia e chora
Guardando a fé clara e sã!...
Padece mas busca a frente,
Lembrando constantemente
Que o dia volta amanhã.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Poetas Redivivos. Ditado pelo Espírito João de Deus. 

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