sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A VIDA VERDADEIRA



“Eu vim para que tenhais vida...”
Jesus (Jo, 10:10)

          Entendendo a amplitude do conceito de vida, na Terra, e pensando na afirmativa de Jesus de que viera nos trazer vida, torna-se imperioso meditar na profundidade da questão.
        Ele trazia vida para quem já estava na vida e vivo? Certamente que não. Ele vinha portando uma mensagem de vida espiritual para quem se encontrava num contexto de vida mortificada.
        A vida espiritualizada corresponde a toda atividade da alma que exprime fidelidade ao bem, à alegria, ao trabalho digno, à esperança, à confiança nas resoluções de Deus e confiança no progresso do ser humano. Essa vida interior também se nutre da convivência fraterna na sociedade, da exaltação das virtudes, da eliminação de tudo o que represente viciação, corrupção, defecção.
        Em contrapartida, a morte será indicada por tudo o que insufle ou alimente a traição, a ignorância, a concupiscência, a exploração do homem pelo homem, a prostituição no seu sentido mais amplo, o desrespeito às bases da família, indicando descaso ou indiferença para com os valores das leis de Deus. Essa morte moral é fermentada pelos posicionamentos de descaso para com os movimentos do progresso de si mesmo, quando se prefere o nivelamento do ser pelas faixas inferiores da alma humana que, em situações assim, muito se assemelha aos níveis da selvageria, aos degraus da grosseria e brutalidade, quando não os ultrapassa.
        A vida que Jesus veio trazer não é aquela que faz vicejar corpos esbeltos, mas aquela que faz brilhar almas formosas.
        Por isso é que Ele se dirigia a quem se movia em corpos carnais, mas que padeciam de indescritíveis torturas da alma.
        Daí ter Ele falado em vida abundante a quem se habituara a uma vivência mesquinha, empobrecida, apequenada.
        Sua lição é, assim, para todos os tempos e povos, pois, quando encontramos sociedades ricas e homens pobres, medicinas desenvolvidas e homens enfermos, estados poderosos e homens escravos, religiões faiscantes de adereços e discursos pomposos e homens egoístas e materializados, à cata dos imediatismos perturbadores de um dia, sentimos a razão da mensagem do Mestre Nazareno: “Eu vim para que tenhais vida, e vida abundante”.
        Permitamo-nos buscá-la, permitamo-nos vivê-la para que experimentemos a ventura dentro d’alma, desde aqui, das lidas terrenas, aclimatando-nos, pouco a pouco, à vivência ditosa junto aos Emissários da Vida Maior, que refletem, junto a nós, o pensamento do Cristo.
        Ele é aquele que nos traz a vida verdadeira, vibrante, feliz, abundante, propondo-nos fazer nobre uso dela, a fim de que Nele possamos viver para sempre.

(De “Quem é o Cristo?”, de J. Raul Teixeira, pelo Espírito Francisco de Paula Vítor)

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